domingo, 21 de novembro de 2010

Logística pode mudar a Zona Leste

04/11/2010 - Webtranspo -Marco Garci

Potencial deve beneficiar local ainda estagnado
 
Foto: Milton Michida
 
 
Área precisa receber investimentos em transporte

Deixar de lado o título de “região dormitório” da Zona Leste de São Paulo para transformá-la em um eixo de desenvolvimento na capital paulista, por meio da exploração do seu potencial logístico. Este é o desejo de um grupo de engenheiros e autoridades ligadas a diversos setores da economia, que busca ampliar a competitividade da região com relação ao centro da cidade.

Mesmo com uma área equivalente a 22% do território do município paulistano e com a sua população (quatro milhões de pessoas) representando uma parcela de 37% da classe de trabalhadores, o local carece de investimentos para elevar a capacidade de sua infraestrutura imobiliária e, principalmente, de transporte.

Para José Roberto Bernasconi, presidente do Sinaenco/SP (Sindicato da Arquitetura e da Engenharia), a Zona Leste passou a ser vista de outra forma, a ser mais valorizada, após o anúncio da construção do estádio do Corinthians na região. Segundo o executivo, os bairros locais têm capacidade para ser um novo polo de atração imobiliária e possuem grande potencial de logística, que pode modernizar e transformar a região.

“Historicamente, a Zona Leste sempre teve uma imagem mais desgastada em relação às outras regiões da cidade. Buscamos reordenar essa questão, chamando a atenção das autoridades no sentido de explorar a sua geografia ao máximo, oferecendo às empresas um leque de oportunidades geradas pela logística”, frisou o executivo.

Segundo ele, as perspectivas de negócios são ampliadas com a aproximação da área com o município de Mauá – grande polo petroquímico –, com o Aeroporto de Guarulhos e, principalmente, por ser margeada por duas das principais rodovias do Brasil: Presidente Dutra e Ayrton Senna.

Retroporto

Bernasconi afirma que na Zona Leste existe espaço para ser utilizado como retroporto, que além de armazenagem, produção e distribuição, poderia fazer a interface seca com os portos da região sudeste.

“A logística pode ser trabalhada de diversas maneiras. Esse é o principal atrativo da Zona Leste. Por estar perto dessas rodovias, pode-se construir um retroporto para fazer toda a integração do transporte aéreo, rodoviário e marítimo”, revelou o executivo sem mencionar em que local poderia ser instalado o empreendimento.

Outra vantagem futura da região será a conclusão do Rodoanel Leste e a extensão da avenida Jacu-Pêssego. Entre outras melhorias, Bernasconi aponta uma necessidade de ampliar o sistema de transporte local.

“Toda a malha de transporte, como corredores para ônibus, metrô e trens da CPTM, dessa área precisa ser melhorada e ampliada para otimizar o tráfego e o acesso aos bairros”. Segundo ele, não existe ainda um orçamento pronto sobre investimentos, uma vez que são projetos para serem pensados em longo prazo.
 

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Parque Várzeas do Tietê começa a sair do papel

31/10/2010 - O Estado de São Paulo - Mariana Lenharo

Foi entregue ontem a primeira fase do Parque Várzeas do Tietê, com a abertura de uma ciclovia de 15 km. Considerado o maior parque linear do mundo, com 75 km de extensão e 107 km² de área, ele só deverá ser concluído em 2014. Nos últimos meses, a obra ganhou destaque pois era apontada como solução para evitar os alagamentos no Jardim Romano, zona leste da capital.

Nessa primeira etapa, o investimento foi de R$ 377 milhões, sendo 30% do governo do Estado de São Paulo e 70% financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O parque deve beneficiar 3 milhões de pessoas na zona leste e tem custo final estimado em R$ 1,7 bilhão.

Em julho do ano passado, quando se assinou o convênio com oito municípios atravessados pelo Rio Tietê, para iniciar os trabalhos, a estimativa era de entregar a primeira etapa de obras em janeiro deste ano. Mas as chuvas e enchentes de verão atrasaram as obras, que só foram entregues ontem, na véspera do segundo turno da eleição.

A cerimônia de abertura contou com a presença do governador, Alberto Goldman (PSDB), e do prefeito, Gilberto Kassab (DEM). "Essa é uma obra fantástica e para a história de São Paulo é absolutamente insuperável", disse Goldman. "Esse é o grande projeto do governo, juntamente com a expansão do Metrô. Ele começou em função de uma compensação ambiental e culmina com a inauguração dessa primeira etapa."

O projeto do empreendimento inclui estrutura de lazer, ao mesmo tempo que busca recuperar e preservar a várzea natural do rio, além de reduzir riscos de enchentes na Região Metropolitana de São Paulo. Ao todo, serão 33 núcleos de lazer, cultura e esporte, 250 km de ciclovia e Via Parque (com acesso de carro aos núcleos), 77 campos de futebol e 129 quadras poliesportivas.

Jardim Romano. A região do Jardim Romano, na zona leste, ganhou destaque no último verão, pois ficou quase dois meses com as ruas inundadas. Para garantir que não haja novas ocupações, como as desse bairro, o governo do Estado prevê que a ocupação das margens seja reordenada, com a transferência de famílias de áreas de risco para moradias dignas. Na primeira etapa, 3,1 mil deverão ser reassentadas em área próximas.