quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Verticalização muda estilo de Alphaville

30/08/2012 - Folha de São Paulo
 
THIAGO SANTOS

Tradicional reduto de condomínios de alto padrão, Alphaville, bairro que se divide entre os municípios de Barueri e de Santana de Parnaíba, passa por uma transformação imobiliária.

A verticalização da região privilegia apartamentos de até 65 m² que miram um mercado potencial de 200 mil trabalhadores que se deslocam diariamente para o local, segundo imobiliárias.

"Os apartamentos maiores competem com a oferta de casas", afirma Roberto Coelho da Fonseca, superintendente da imobiliária Coelho da Fonseca.

Os imóveis menores estão localizados principalmente na região central do bairro, nas áreas conhecidas como Alphaville Comercial e Alphaville Industrial, próximas à rodovia Castelo Branco, principal via de acesso ao bairro.

A grande procura tem impulsionado os preços. O metro quadrado do lançamento, que hoje custa cerca de R$ 5.000, estava em R$ 3.500 há dois anos, de acordo com a Vertente Imobiliária.

Comemora quem aproveitou o período anterior à alta, como o analista de sistemas Rafael Volcof da Silva, 28, e a professora Fernanda Pereira Gonçalves, 31. Em 2010, o casal pagou R$ 220 mil por um apartamento de 62 m² em Alphaville Industrial.

Editoria de Arte/Folhapress

"O preço era muito inferior ao de bairros de qualidade na capital, como Vila Leopoldina e Perdizes", diz Silva.

Não é apenas a região central de Alphaville que atrai empreendimentos. A avenida Marcos Penteado de Uchôa Rodrigues, já em Santana de Parnaíba, é o mais novo polo para apartamentos de luxo, diz o diretor da imobiliária Apriori, Aroldo Dutra Garcia.

Para promover o crescimento ordenado do local, uma diretriz da Secretaria de Obras de Santana de Parnaíba não permite a construção de unidades menores do que 80 m² nessa área da cidade.

Ainda assim, o preço é considerado atraente pelos compradores. "Paguei R$ 5.000 pelo m² em um bairro com melhor estrutura que o meu", diz o empresário Marcos da Gama, 48, morador da Freguesia do Ó, em São Paulo.

OSASCO

Em menor escala, o avanço imobiliário se repete no município vizinho, Osasco. "O grande atrativo da cidade é a sua geografia", afirma Fonseca, destacando o fato de Osasco estar em um entroncamento da rodovia Castelo Branco com o Rodoanel e as marginais Pinheiros e Tietê.

"Os lançamentos com perfil popular se concentram nos bairros periféricos, próximos a essas vias, e há empreendimentos de médio padrão em bairros em desenvolvimento, como o Santo Antônio."

O militar Fernando Spera, 46, comprou um apartamento de 67 m² no bairro Quilômetro 18.

"A construção da linha amarela do metrô fez aumentar o número de passageiros que usam os trens para chegar a São Paulo, mas estou satisfeito pela facilidade de acesso à capital," afirma.

A demanda por imóveis deve continuar crescendo na região de Osasco e Barueri, segundo Fonseca. "O estoque comercial já é alto, mas não o residencial."

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