quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Paulista deve ser fechada aos domingos em definitivo ainda neste mês, diz Haddad

19/08/2015 - O Estado de SP / G1 SP / UOL-Folha

SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse na manhã desta terça-feira, 18, que o segundo e último teste de abertura da Avenida Paulista para pedestres e fechamento para carros, previsto para o próximo domingo, será decisivo para a Prefeitura deliberar se adota a medida em definitivo aos domingos. Haddad afirmou que é "provável" que a decisão já comece a valer a partir do fim de semana seguinte, dia 30.

Segundo o prefeito, estudos técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) indicam que a proposta de bloqueio é "possível e desejável". "A CET pediu um segundo e último teste para a tomada de decisão final. Se tudo funcionar como previsto, nos estudos, a decisão vai ser tomada no sentido de abrir todo domingo para a população. Os estudos vão na direção de que é possível e benéfico para a cidade"" afirmou Haddad.

O primeiro teste foi feito em 28 de junho, na inauguração da ciclovia da avenida. O segundo ocorre no próximo domingo, durante a inauguração da ciclovia da Avenida Bernardino de Campos. Segundo o prefeito, desde junho, a CET tem feito reparos em relação a equipamentos "que precisam ter garantido o acesso", como clubes, hospitais e condomínios.

A presidente da Associação Paulista Viva, Vilma Peramezza, demonstrou surpresa com a declaração de Haddad. Segundo ela, uma reunião com a CET no dia 6 de agosto definiu que a entidade teria 30 dias para entregar um levantamento dos prejuízos causados aos estabelecimentos comerciais com o bloqueio da via. O prazo expira em 6 de setembro.

Vilma disse que a Prefeitura fez estudos técnicos, mas esqueceu dos impactos econômicos que a medida poderá causar. Segundo ela, a associação foi procurada por clubes e cinemas que ameaçaram fechar as portas em caso de bloqueio da via. Questionada se é contra ou a favor do fechamento, a presidente não quis responder, mas aproveitou para fazer uma crítica. "Estamos vivendo dias terríveis. Tenho 73 anos e nunca vi isso. É contra ou a favor (do fechamento)? Aí  você carimba: quem é a favor, é progressista; quem é contra, é coxinha."

Minhocão. Vilma rebateu comparações entre o fechamento do Minhocão e da Paulista. "O Minhocão pode virar uma praça. Já matou a Avenida São João há muitos anos. A Paulista tem outra história. Não existe lugar mais democrático do que a Avenida Paulista." Após dois testes da CET, o Elevado Costa e Silva, o Minhocão, foi fechado em definitivo aos sábados, a partir das 15 horas, desde 11 de julho.

G1 SP

Paulista deve ser fechada mais uma vez para carros no final de semana

Haddad quer fechar via para inaugurar ciclovia da Bernardino de Campos. Em 28 de junho, avenida ficou fechada para carros e virou espaço de lazer

O prefeito Fernando Haddad afirmou nesta quarta-feira (29) que estuda fechar a Avenida Paulista para a inauguração da ciclovia na Avenida Bernardino de Campos, que é a continuação da Paulista no sentido Paraíso. A Prefeitura confirmou durante a noite desta quarta que ela será aberta ao público em 23 de agosto, um domingo.

"Eu não tenho certeza absoluta, mas pode acontecer, tenho que consultar a CET. Eles estão conversando com os últimos atores que dependem do acesso aos domingos, como clubes, hospitais da região e estão fazendo esse acompanhamento antes de tomar uma decisão definitiva", afirmou.

Para Haddad, antes de fechar para o tráfego de veículos, o ideal seria fazer mais um teste.

"Pode ser que haja um teste, eu não estou informado, mas seria bom que houvesse mais um teste antes de uma decisão final para dar tempo inclusive de conversar com os atores da região", completou.

A Avenida Paulista foi fechada para carros das 10h às 17h do dia 28 de junho, quando a ciclovia da via foi inaugurada, e se tornou um grande espaço de lazer para os paulistanos.

A construção de ciclovias é uma das principais marcas da gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), que pretende entregar 400 km de vias exclusivas para ciclistas até o fim deste ano.

Atualmente, a cidade possui 349,7 km de infraestrutura cicloviária permanente.

Até o último balanço divulgado pela CET, a obra da ciclovia da Paulista tinha custado R$ 12,2 milhões aos cofres públicos, no trecho entre as Avenida Paulista e Bernardino de Campos, incluindo a instalação de dutos para a passagem de fibra ótica sob a pista. Diferentemente da maioria das ciclovias, que são pintadas com tinta vermelha, a da Paulista é feita com concreto pigmentado com coloração.

Com a implantação da ciclovia, foram retiradas as floreiras e relógios do canteiro central. Alguns relógios devem ser realocados posteriormente nas calçadas. Os pedestres ficam na ilha de segurança durante a travessia.

"Nós aumentamos o espaço de pedestres no canteiro central. O pedestre tem o tempo semafórico. Se ele ficar no canteiro central, tem uma ilha de segurança que nós aumentamos", afirmou o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto. "Fizemos o recuo para pedestre, para o ciclista, tiramos os relógios por questão de segurança", disse. 

UOL

Paulista deve fechar para carros aos domingos; comércio reage

Medida ainda não passou por 2º teste, mas prefeito Haddad (PT) já disse que fechamento é provável

A avenida Paulista, na região central de SP, deverá ser fechada aos veículos todos os domingos para se transformar em um espaço de lazer de pedestres e ciclistas. O anúncio já provocou forte reação de comerciantes locais.

Um primeiro teste do fechamento ocorreu em junho, quando foi inaugurada uma ciclovia na avenida.

Antes decidir se a medida seria definitiva, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) havia pedido um segundo teste à prefeitura, que vai ocorrer neste domingo (23).

O prefeito Fernando Haddad (PT), porém, adiantou que a mudança é quase certa e já deverá ocorrer na semana seguinte ao teste. "É provável [o fechamento definitivo no dia 30]. A decisão é da CET", disse o petista nesta terça (18).

Para Vilma Peramezza, presidente da Associação Paulista Viva, o fechamento é uma ação de "marketing" da prefeitura e deve prejudicar estabelecimentos comerciais (leia texto na pág. B3).

No primeiro teste, quando milhares de pessoas passaram pela avenida, estudos da CET não apontaram graves prejuízos ao trânsito de carros e do transporte público, desviado para ruas paralelas.

"O primeiro teste foi ótimo, foi benéfico para a cidade. A CET conversou com hospitais, clubes e condomínios. A avaliação mostrou que a iniciativa é desejável e possível", disse o prefeito.

No próximo domingo, a via será fechada para a inauguração da ciclovia da avenida Bernardino de Campos, que ligará a Paulista e a rua Vergueiro, no Paraíso (zona sul).

No mesmo dia, dois mirantes, cedidos a empresários, serão inaugurados na região. Os espaços terão restaurantes, cafés e bicicletário.

"Se tudo funcionar como previsto, a decisão será tomada no sentido de abrir para a população", disse Haddad.

Na sexta (21), a prefeitura vai anunciar uma série de regras que orientarão o tráfego na região aos domingos, como permissão para que moradores entrem com carros e facilidade de acesso a hospitais.

MARCA BARATA

Com problemas financeiros e dificuldades para cumprir promessas, Haddad, que é pré-candidato à reeleição no ano que vem, investe em marcas baratas de governo, nas áreas de mobilidade e de ocupação do espaço público.

Após as faixas de ônibus e as ciclovias, agora aposta no fechamento de vias para lazer, tendo a Paulista como destaque principal. O Minhocão, aberto para pedestres aos domingos, também virou espaço de lazer aos sábados.

Adversários políticos dizem que, com estratégia, o petista tenta criar uma cortina de fumaça para desviar a atenção de temas como falta de creches e problemas na saúde.

Pré-candidato à prefeitura pelo PSDB, o vereador Andrea Matarazzo afirma que a região da Paulista já tem vários espaços de lazer, como o Parque Trianon e o Ibirapuera.

"Mais importante é discutir se fecha ou não fecha a avenida Águia de Haia [periferia da zona leste], onde não tem verde, não tem lazer."

Em recente entrevista à Folha, Haddad disse que outros locais terão vias fechadas para carros, nos moldes da Paulista. Um dos locais estudados é a avenida conhecida como Tiquatira, na zona leste.

Folha de SP

Fechar avenida é marketing e traz prejuízo, diz associação

Segundo entidade, faturamento caiu nos dias em que Paulista foi bloqueada. 'Não afeta o trânsito significativamente. Há várias vias laterais que podem ser usadas', diz superintendente da ANTP

Entidade que atua como porta-voz de empresários, comerciantes e moradores da região da avenida, a Associação Paulista Viva diz que a iniciativa da gestão Fernando Haddad (PT) de fechar a via para carros aos domingos é apenas uma ação de marketing.

"Já estamos sendo procurados por várias entidades. Jornaleiros, taxistas, hotéis, estacionamentos. Todos eles são unânimes: o prejuízo é muito grande", afirma a presidente da associação, Vilma Peramezza. "Nos restaurantes, o movimento cai de 30% a 40%", completa.

Segundo a entidade, os prejuízos foram registrados no dia 28 de junho, quando a via ficou fechada para a inauguração da ciclovia, e no último domingo (16), devido aos protestos contra a presidente Dilma Rousseff.

Para ela, a cidade tem outras opções de lazer, como praças, parques e o centro velho.

"Por que a Paulista? Porque dá ibope, porque é marketing, porque fazer polêmica na Paulista dá imprensa", afirma. "Eu não acredito que [na prefeitura] estejam preocupados com o lazer de ninguém."

As declarações de Vilma mostram forte mudança de tom da associação em relação ao tema. Até então, antes do anúncio desta terça-feira (18) de Haddad, ela vinha mantendo um discurso de diálogo com a prefeitura.

Numa linha de ruptura com a gestão petista, a presidente da entidade afirma que o fechamento da via "é uma discussão falsamente ideológica" e que os contrários são acusados de elitistas. "A Paulista é a avenida mais democrática que existe, recebe gente de todas as partes."

Vilma disse também que a prefeitura se limitou a fazer um estudo de trânsito, sem medir outros efeitos.

Informada sobre as críticas, a prefeitura afirmou em nota que, "em uma eventual abertura permanente da Paulista [para pedestres] aos domingos, serão levados em conta os resultados dos dois testes e as considerações de todos os atores envolvidos".

A Folha procurou os quatro shoppings da região da avenida. Só o Pátio Paulista respondeu. Segundo o centro comercial, a "preocupação" é como será o acesso de carros aos domingos, "segundo melhor dia de movimento".

Já a maioria dos hospitais afirma que não há problema no bloqueio aos domingos.

"Não afeta o trânsito significativamente. Há várias vias laterais à Paulista que podem ser usadas", afirma Luiz Carlos Néspoli, engenheiro e superintendente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos).

Segundo ele, vias como Estados Unidos, Vergueiro, Nove de Julho e Oscar Freire podem ser usadas para este fim, tanto pelos carros como pelas linhas de ônibus. "Só precisa garantir acesso aos hospitais", completa.


"É uma medida que ajuda a humanizar São Paulo. Você percebe melhor os problemas da cidade com o pé no asfalto, até para cobrar melhor o poder público", afirma Silvia Stuchi, especialista em mobilidade a pé. 

ARGUMENTOS CONTRA

MORADORES

Residentes idosos se queixam da dificuldade de locomoção

SERVIÇOS

Dificulta o acesso aos hospitais da região e aos hotéis e estacionamentos que têm entrada pela avenida

COMÉRCIO

Estabelecimentos reclamaram da queda no movimento no fechamento de 28 de junho, segundo Associação Paulista Viva

TRANSPORTE

Infraestrutura das vias paralelas não foi planejada para comportar o tráfego dos ônibus, cujas rotas são desviadas

ARGUMENTOS A FAVOR

ESPAÇO DE LAZER

Cria área para os pedestres e os ciclistas com grande ofertas de serviço e de fácil acesso

SEGURANÇA

Favorece a segurança ao estimular a convivência de pedestres e ciclistas

TRÂNSITO

Congestionamento no domingo costuma ser mais tranquilo, com menor movimento

DESLOCAMENTO

Não prejudica o trânsito da região, que pode ser desviado para ruas próximas, explica Luiz Carlos Néspoli, superintendente da Associação Nacional de Transportes Públicos

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