terça-feira, 26 de abril de 2011

Bulevar vai cobrir avenida do Estado

26/04/2011 - Folha de São Paulo, Evandro Spinelli

Área sobre o rio Tamanduateí ligará Mercadão a centro gastronômico que será construído no terreno do prédio São Vito.

Projeto para a região do parque Dom Pedro, no centro de São Paulo, será apresentado nesta semana pela prefeitura

No lugar do famoso treme-treme, um centro gastronômico. No lugar da avenida degradada, um bulevar.

O terreno do antigo edifício São Vito, que já está em fase final de demolição, será utilizado para a construção de um centro gastronômico ligado ao Senac e de um estacionamento subterrâneo.

O complexo será interligado ao Mercado Municipal, logo em frente, por um bulevar que cobrirá a avenida do Estado e o rio Tamanduateí por um trecho de cerca de 240 m.

Já a avenida será "rebaixada" -ou seja, vai virar um túnel- no trecho entre a avenida Mercúrio e a rua General Carneiro. O viaduto Diário Popular será demolido.

Com isso, o Mercadão será integrado ao parque Dom Pedro, onde já existe o museu Catavento, no Palácio das Indústrias, sem a travessia de avenidas movimentadas.

Ao redor do parque haverá uma série de equipamentos culturais e de ensino. As âncoras do projeto são o Mercadão, o museu Catavento, o futuro Museu da História de São Paulo, na Casa das Retortas, e o novo prédio do Senac, onde serão ministrados cursos de gastronomia.

Também haverá mudanças no terminal de ônibus do parque Dom Pedro e obras em vários pontos do entorno.

Todas essas melhorias descritas, no entanto, ainda dependem de mais parcerias, como a fechada com o Senac. A prefeitura não tem prazo nem custo do projeto.

O plano de revitalização da região do parque Dom Pedro foi elaborado pela Fupam (Fundação para a Pesquisa Ambiental), a um custo de cerca de R$ 500 mil.

Nesta semana, deve ser feito o anúncio oficial de todos os detalhes do projeto, nas mãos do prefeito Gilberto Kassab (que saiu do DEM para fundar o PSD) desde quinta-feira da semana passada.

GARAGENS

Em todo o complexo devem ser criadas cerca de 2.000 vagas de garagem. A falta de vagas para estacionar é uma das principais reclamações dos comerciantes e consumidores do Mercadão.

Uma das garagens ficará embaixo do Senac. A instituição ligada ao comércio já fechou o acordo com a prefeitura em relação à escola de gastronomia. A questão da garagem, no entanto, ainda está em negociação, já que envolve uma concessão do serviço que a prefeitura quer fazer neste semestre.

Oficialmente, o Senac diz que mantém negociações com a prefeitura, mas que ainda não está definida a forma de utilização do espaço.

Outra garagem será em duas quadras inteiras da rua 25 de Março, onde já existe um edifício-garagem irregular da década de 1980. No lugar será erguido um shopping popular para camelôs da 25. A garagem ficará no subsolo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Lerner propõe boulevar sobre linhas

06/04/2011

Projeto criaria um parque sobre as linhas da CPTM

O urbanista e ex-prefeito e governador do Paraná Jaime Lerner apresentou uma proposta de um parque linear sobre o traçado das linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. A ideia é construir uma estrutura semelhante a um boulevard, onde na parte superior circulariam carros elétricos, bicicletas e pedestres, e na inferior passariam as linhas da CPTM. O projeto foi apresentado durante a 5ª edição do Prêmio SAE Brasil de Jornalismo, na segunda-feira (04/04), em São Paulo.

Segundo Lerner, as linhas da CPTM não seriam fechadas. Elas receberiam o parque como cobertura e as laterais permaneceriam abertas.  O parque linear seria conectado a empreendimentos, que pagariam parte dessa estrutura.

“Não podemos resolver o problema de mobilidade hoje com esse falso dilema: ou o carro ou o metrô. Não é aumentando o número de vias nas marginais que vamos resolver o problema de mobilidade e não é apostando em mais uma linha, porque não vai resolver mais uma linha de metrô.É preciso melhorar tudo.O segredo da mobilidade está em não competir o mesmo espaço de um sistema com outro, eles serem complementares”, explicou o urbanista.

O diretor de transporte da SAE Brasil e presidente da Abifer, Vicente Abate, achou interessante o projeto do parque linear apresentado por Lerner. “Como ideia eu acho fantástico, uma cidade do futuro, onde pudesse ter transporte de superfície ferroviário ou metroviário e em cima carros elétricos. Mas é muito futuro para nós, infelizmente”.

Abate defende a integração dos sistemas de transporte para melhorar a mobilidade urbana. “É o nosso futuro o equilíbrio no transporte, não só de carga, que precisa também, mas principalmente no transporte urbano, o transporte sobre trilhos sendo alimentado com linhas de ônibus, bicicletas, táxis”.