quinta-feira, 26 de março de 2015

Europa organiza protestos em apoio às ciclovias de SP

26/03/2015 - O Estado de SP

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Ciclistas de diversos países estão se mobilizando para protestar a favor das ciclovias na cidade de São Paulo, cuja implantação está ameaçada por uma decisão judicial. Em Londres, um grupo começou a se organizar pelo Facebook. O internauta que convocou a passeata estimulou os interessados a usarem bandeiras do Brasil ou roupas nas cores da bandeira nacional durante a manifestação.

O evento, organizado pela 'Critical Mass London', está agendado para as 18h, no horário local, com saída prevista para as 19h de perto da Ponte Waterloo.

A cidade italiana de Palermo também terá um ato em solidariedade aos ciclistas paulistanos. Lá, o evento ocorrerá às 16h de sábado, com saída da Praça Politeama. Na página do ato no Facebook, 213 pessoas já haviam confirmado presença nesta quarta-feira, 18.

"Na semana passada uma representação do Ministério Público travou a construção (de ciclovias) com a desculpa de que faltaram estudos prévios", diz o texto convocando a passeata. "É fácil entender o que está realmente acontecendo."

Em Munique, na Alemanha, a quantidade de ciclistas que comparecerão ao evento, marcado para as 20h de sexta-feira, é ainda maior: até agora, 737 já haviam confirmado sua participação pela página da Critical Mass München na rede social.

"Querem proteger o uso do carro, que move enormes quantias de dinheiro" em São Paulo, diz o texto que convoca o ato, no Facebook.

A decisão do juiz da 5ª. Vara da Fazenda Pública da Capital, Luiz Fernando Rodrigues Gerra, tomada na última quinta-feira, 19, impede que a Prefeitura de São Paulo continue construindo ciclovias na cidade. A medida foi anunciada após uma ação movida pela promotora de Habitação e Urbanismo Camila Mansour Magalhães da Silveira, que alega que teria faltado planejamento para a instalação das ciclovias.

A ação foi criticada por várias entidades relacionadas à segurança no trânsito e também por ciclistas, que consideram a postura do Ministério Público Estadual (MPE) um retrocesso na política de mobilidade urbana.

Silveira foi acusada por Daniel Guth, diretor da Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), de ser favorável a uma política rodoviarista, que ignora outros meios de deslocamento que não os carros. "A senhora questiona a importância da bicicleta na cidade, a senhora advoga em favor do carro inúmeras vezes, dizendo que é o veículo que mais movimenta a economia."

Protesto em São Paulo. Na capital paulista, o protesto está agendado para as 18h de sexta-feira, 27, na Praça do Ciclista, que fica na Avenida Paulista, perto da Rua da Consolação.

Até agora, 6,1 mil pessoas já confirmaram o comparecimento na página do evento no Facebook, que traz o seguinte texto: "Venha com sua bicicleta, skate, patins, correndo, ou qualquer outra forma não poluente de locomoção. Traga faixas, cartazes, venha com alegria reivindicar uma vida mais segura e saudável nas cidades brasileiras".

Renata Falzoni, de 61 anos, cicloativista e apresentadora, disse que o protesto está sendo organizado por ciclistas do mundo todo que promovem uma "pedalada" todas as últimas sextas-feiras do mês, em um movimento horizontal chamado "Massa Crítica", surgido em São Francisco no início dos anos 1990.

"Sempre existe um motivo para protestar nessas pedaladas. Dessa vez, por coincidência, temos esse absurdo acontecendo em São Paulo, com um promotor querendo privilegiar o carro no lugar do pedestre. Por isso, nesta sexta-feira o protesto vai ser pelas ciclovias paulistanas em todo o mundo", afirmou Falzoni.

A cicloativista lembrou que não é a primeira vez que o Brasil entra no foco da pedalada mundial que ocorre nas últimas sextas do mês em várias capitais do mundo. Em 2011, quando o bancário Ricardo Neis atropelou 15 ciclistas em Porto Alegre, ciclistas do mundo inteiro organizaram pedaladas na Europa e nos EUA em protesto contra a falta de punição ao infrator.

William Cruz, de 41 anos, cicloativista e autor do blog "Vá de Bike", avalia que a justificativa do MP para paralisar o projeto das ciclovias paulistanas gerou uma indignação nas redes sociais que chegou para entidades e ciclistas de outros países e em dezenas de cidades do país.

"Muitas cidades da América Latina estão aderindo ao protesto. A cada hora aumenta o número de cidades que vão fazer os atos. Até porque não é possível desfazer o que já foi feito de ciclovias. Que o MP aponte os problemas pontuais para serem corrigidos, mas não dá pra parar um projeto que salva vidas de tantas pessoas que andam de bicicleta em São Paulo", disse Cruz.

terça-feira, 24 de março de 2015

Com 92% de conclusão, Trecho Leste do Rodoanel será entregue em maio

24/03/2015 - Mogi News

As obras de pavimentação da última etapa do Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas (SP-21) estão 92% concluídas. De acordo com a Concessionária SPMar, responsável pela construção da via, a nova estrada estará totalmente concluída em maio. Até o momento, no trecho inaugurado no ano passado, entre Poá e Itaquaquecetuba, circulam diariamente 20 mil veículos.

A última etapa da estrada compreende cinco quilômetros (13% do total) entre as rodovias Ayrton Senna (SP-70) e Presidente Dutra. "A concessionária mantém ritmo forte e conta hoje com mais de 750 colaboradores e cerca de 210 equipamentos próprios em atividade no local. Todo trabalho ocorre em regime estendido, sendo que a execução dos serviços já superou 92% de conclusão do pavimento", informou a empresa, por meio de nota. Ainda segundo a SP Mar, já começaram a ser instaladas placas, telefones de emergência e os painéis de mensagem variável no trecho.

A primeira parte do Rodoanel foi entregue em junho de 2014 pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Até o momento, foi concluído o trecho de quase 40 quilômetros entre Poá e Itaquá, cortando também Suzano.

O atraso de quase um ano na entrega da estrada já rendeu uma multa de R$ 54 milhões para a concessionária.

Somente após a conclusão total das novas pitas é que a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) calculará o valor integral que a SPMar terá que pagar. A empresa esclarece "que as reprogramações do cronograma de obras foram ocasionadas por eventos que vão além da ação da concessionária. Como, por exemplo, as aprovações dos projetos do entroncamento com a rodovia Presidente Dutra que só ocorreram em outubro, 15 meses após o previsto". Outros fatos que impactaram na construção, ainda de acordo com a concessionária, foram acréscimos de obras que não estavam previstas, entre elas interferências não cadastradas, aumento em mais de 60% do volume de terraplanagem e diferença de profundidade em áreas alagadas e várzea.