sábado, 8 de setembro de 2012

Praça Roosevelt será inaugurada dia 29

06/09/2012 - Jornal da Tarde

ARTUR RODRIGUES

A nova Praça Roosevelt, no centro de São Paulo, já tem data de inauguração: dia 29. A reforma vinha sendo feita desde outubro de 2010, a um custo de R$ 55 milhões. Desde então, polêmicas acompanharam o projeto, como a falta de sombra e a mudança da feira livre que funcionava ali.

A inauguração ocorre um fim de semana antes das eleições municipais, em 7 de outubro. A partir da próxima semana, a equipe do cerimonial da Prefeitura se reunirá para definir como será o evento de abertura.
A praça tem 25 mil m², com floriculturas e uma base da Guarda Civil Metropolitana. Antes cinzento, o lugar ganhou cores – e 137 luminárias de LED.

A falta de sombra é um dos pontos fracos. E o problema deve permanecer ainda por alguns anos. Foram plantadas 200 mudas no local. “As pessoas precisam entender que uma copa demora anos para se formar. Daqui a algum tempo, esta será uma praça muito agradável”, disse o arquiteto Rubens Reis, que projetou a praça. Segundo ele, houve o cuidado para que não fossem criados pontos escuros nem locais que servissem de esconderijo para criminosos.

Mesmo antes de ser inaugurada, a praça já foi cenário de uma festa. No mês passado, mais de mil pessoas foram ao local para a festa Santo Forte de Rua. O evento funcionou como uma espécie de inauguração não oficial.

Desde a década de 1980, a praça vivia um longo período de decadência. Usuários de drogas tomaram conta do lugar. Isso em nada lembra o glamour dos anos seguintes à sua inauguração, em 1970. Em seus tempos áureos, a praça chegou a ter restaurante, mercado, correio e salão de exposições. Atualmente, os arredores da Roosevelt formam um reduto de boêmios e da classe teatral.

O projeto da reforma foi idealizado em 2005, mas só começou a ser colocado em prática cinco anos depois. Na época, estava orçado em R$ 36 milhões.

Proprietário do bar Papo, Pinga e Petisco, que fica na praça, Esdras Vassalo, de 79 anos, o Doca, afirma que a obra “custou muito por pouca coisa”. “Já há calçadas trincadas aqui”, diz. Uma preocupação dos comerciantes é se será permitido que skatistas voltem a usar o local, como costumava acontecer antes da reforma. “Com a praça bonita, eles podem querer abusar e ajudar a trincar um pouco mais”, diz Vassalo.

Sobre a polêmica retirada da feira livre que funcionava na Rua Gravataí, do lado da Roosevelt, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) afirmou que ela atrapalharia os usuários nos domingos. “As pessoas vão ali aos domingos. E a feira bem ao lado é óbvio que atrapalha. Não corramos o risco de ser uma praça abandonada, não frequentada pelas pessoas”, disse. Os feirantes fizeram protesto contra a mudança de local, mas não adiantou.

Prédio mais luxuoso da avenida Faria Lima começa a ser ocupado

06/09/2012 - Valor Econômico, Chiara Quintão

O empreendimento de grandes lajes corporativas de padrão triple A da avenida Faria Lima, na zona Sul de São Paulo, mais aguardado do ano começará a ser ocupado neste mês. O prédio de vidros pretos incorporado pelo grupo Victor Malzoni, no maior terreno da avenida, será vitrine de grandes corporações que vão instalar suas sedes no local - BTG, BVA, Google, Banco da China e Tecnisa -, além do próprio escritório do desenvolvedor do empreendimento. O projeto Pátio Victor Malzoni obteve o habite-se na sexta-feira.
O prédio tem a maior laje corporativa para locação das principais regiões de São Paulo. Em valores atualizados, o aluguel médio das áreas pertencentes ao grupo Victor Malzoni é de R$ 200 por m2, o equivalente ao topo dos valores cobrados da avenida mais cobiçada como endereço comercial nos cartões de visita, principalmente por parte de bancos de investimento. O projeto é dividido em três torres, duas com ocupação já definida desde 2011. Nessas duas torres, chamadas de B e C, o grupo Victor Malzoni possui 38 mil m2, e o BTG, 16 mil m2, nos cinco andares onde instalará sua sede.
O habite-se do empreendimento era esperado, inicialmente, para outubro do ano passado, o que poderia significar ocupação do prédio a partir do início de 2012. Conforme contou ao Valor o diretor-presidente do grupo Victor Malzoni, Paulo Malzoni Filho, o atraso de quase um ano custou uma receita de locação de R$ 60 milhões. Algumas solicitações de contrapartidas que não estavam previstas inicialmente foram feitas, e houve desencontros em algumas exigências de órgãos públicos.
Os investimentos no empreendimento somam R$ 1,1 bilhão, incluindo terreno, construção e aprovações. Esses aportes incluem os desembolsos por parte do grupo Victor Malzoni e da Brookfield Incorporações, que comprou o terreno em parceria com o grupo, mas vendeu sua participação no projeto, em 2010, e ficou responsável apenas pela construção.
Em valores atualizados, o aluguel médio das áreas pertencentes ao grupo Victor Malzoni é de R$ 200 por m²
O prédio terá inovações como funcionamento 24 horas, inclusive dos restaurantes que atenderão ao Google, ao BTG e ao BVA. Mais de 200 das 2,5 mil vagas de garagem terão tomada para carro elétrico. A maior parte das recepcionistas será bilíngue, e algumas, trilíngues, para atender à demanda do Banco da China. Na área externa, será instalado restaurante Fasano de 500 m2 e outro cuja marca ainda não foi definida. Um heliporto com capacidade para dois helicópteros está em processo de aprovação.
A Casa Bandeirista construída no terreno foi preservada e reconstituída, e será destinada ao funcionamento de um centro cultural.
Somando-se as torres B e C, são 3,8 mil m2 de laje e, se incluída a torre A, a área contínua chega a quase 5,5 mil m2. O escritório do grupo Malzoni será transferido do shopping West Plaza para a cobertura da torre B, com 2 mil m2.
Com o habite-se do prédio, ocupantes começam a se movimentar para adequar os espaços dos 19 andares (incluindo a cobertura) às suas necessidades específicas. A Tecnisa será a primeira a se mudar, e a instalação de pisos, divisórias e móveis nos quatro andares a serem ocupados está bastante avançada. Procurada pelo Valor, a Tecnisa informou que o processo de mudança para o novo endereço ocorrerá em fases e que está trabalhando para que a primeira etapa seja no fim deste mês.
BTG e BVA devem ser os próximos ocupantes, com entrada em outubro e, em seguida, o Google. O Banco da China e o escritório do grupo Victor Malzoni devem se instalar no local em 2013.
O Google vai ocupar a cobertura da torre central e dois andares das torres B e C. Para atender à necessidade da empresa de tecnologia, foram desenvolvidas inovações no prédio nos elevadores e entrada de ar-condicionado, que permitirão que aos seus colaboradores levarem cachorros e gatos para o trabalho. Conforme uma fonte, a sede do Google na América Latina terá características como parede de escalada. Nos andares do BTG, haverá um anfiteatro em que funcionará a área operacional.
Da torre A, de propriedade do fundo saudita Blue Stone, apenas 10% da área está locada. Conforme uma fonte, a postergação da locação se deve à decisão do fundo de, em busca de valorização, só tornar suas áreas no Pátio Victor Malzoni disponíveis para aluguel quando todos os andares do grupo Victor Malzoni estivessem locados, e a torre A teria sido apresentada ao mercado quando o processo de tomada de decisão na contratação de novas áreas estava mais lento.
De acordo com o advogado e procurador do Blue Stone, Sami Arap Sobrinho, porém, a decisão do fundo teria sido oferecer as áreas para aluguel quando as obras tivessem mais avançadas. A abertura do processo de locação começou duas semanas após o início da oferta para aluguel dos andares do principal proprietário do empreendimento. Foram feitas propostas, mas aquém do que o fundo pretendia receber, conforme Arap. Do que foi alugado até agora da torre A, a média foi de R$ 190 por m2. O perfil da empresa locatária não foi divulgado.
Na época da aquisição do terreno da Faria Lima pela Brookfield e pelo grupo Victor Malzoni, o fundo Blue Stone era o proprietário da área, que já pertenceu ao investidor Naji Nahas.