sexta-feira, 24 de maio de 2013

Rodízio de carros será ampliado em 240 quilômetros em São Paulo

24/05/2013 -O Estado de SP


A Prefeitura de São Paulo vai incluir 240 km de vias na área do rodízio municipal de veículos, atingindo os principais corredores fora do centro expandido. É a primeira vez que a restrição será ampliada desde sua criação, em 1997.

A proposta da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) é de que a nova regra tenha início à medida que avançar a instalação de faixas exclusivas de ônibus da cidade– o que permitiria incluir vias na restrição por etapas. A gestão Fernando Haddad (PT) quer construir 150 km de faixas exclusivas, com inauguração prevista de pelo menos uma por semana até o fim deste ano. Os corredores de ônibus vão ficar justamente nas áreas localizadas fora do minianel viário.

O rodízio continuará valendo apenas nos horários de pico (das 7h às 10h e das 17h às 20h). A relação entre o fim da placa e o dia em que o veículo fica em casa também não deve mudar. Ao todo, serão incluídas 46 vias no rodízio municipal – com destaque para locais de grande fluxo, como as Avenidas Interlagos, Teotônio Vilela e Jornalista Roberto Marinho, na zona sul; Aricanduva, Jacu-Pêssego e Radial Leste, na zona leste; Inajar de Souza, General Edgar Facó, Brás Leme e Engenheiro Caetano Álvares, na zona norte.

Além de estarem fora da área atual do rodízio, essas vias têm em comum o fato de ficarem na área do trânsito "invisível” da cidade, que não entra na contagem oficial da CET.

A Prefeitura também já divulgou a intenção de alterar a medição do tráfego para modelos com GPS, que abrangeriam a capital inteira. Também quer que mais radares possam flagrar infrações de rodízio. Para isso, vai equipá-los com Leitores Automáticos de Placas (LAP).

Atualmente, existem 433pontos com radar na capital, entre equipamentos fixos e estáticos, lombadas eletrônicas e pistolas capazes de flagrar as placas dos veículos. A Secretaria Municipal dos Transportes pretende rearranjar esses pontos.

Cenários. A CET tem usado simuladores de tráfego para estimar qual seria o impacto da ampliação do rodízio. A conclusão é de que a velocidade média dos carros na cidade toda melhoraria 15%, passando de 17,3 km/h para 20km/h. Esse pequeno aumento, segundo os técnicos, já melhoraria os congestionamentos em 11%, aproximadamente.

Levando em consideração apenas os novos corredores que seriam incluídos na restrição, os ganhos seriam ainda maiores: 20% de melhoria. A CET fez uma outra análise para possível ampliação do rodízio, aumentando a quantidade de dias de restrição – cada carro teria de ficar na garagem ao menos duas vezes por semana. O resultado, no entanto, foi que os impactos na cidade toda seriam menores.

Apesar das evidentes melhorias para a qualidade de vida dos motoristas, que passariam alguns minutos a menos presos no trânsito, a prioridade com o aumento da área do rodízio é fazer a velocidade dos ônibus crescer. O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, já disse que sua meta é que os coletivos, que circulam com velocidade média inferior a 15 km/h, alcancem até 25 km/h.

Paliativo. Para o professor de Transportes da Fundação Educacional Inaciana (FEI) Creso de Franco Peixoto, a medida terá um impacto positivo efêmero. "É como remédio para dor de cabeça: minimiza os efeitos, mas não resolve o problema. Quando o tráfego nas vias com rodízio melhorar, uma demanda reprimida vai acabar buscando essas ruas e o trânsito voltará a piorar.”

NO BOLSO

R$ 85,13 é o valor da multa por desrespeito ao rodízio em São Paulo
2.196.347 multas de rodízio foram aplicadas em 2012, 17% a menos que no ano anterior
196 radares, dos 587 ativos na cidade, têm leitor automático de placas (LAP), tecnologia que consegue flagrar infrações de rodízio. A Prefeitura quer aumentar esse número para 431
R$ 799 milhões é o que a CET arrecadou com multas no ano passado, R$ 223 milhões só com rodízio
PARA LEMBRAR

Kassab cogitou alteração

A gestão anterior, do prefeito Gilberto Kassab (PSD), já havia ensaiado a ampliação do rodízio como forma de melhorar o trânsito e reduzir a poluição em São Paulo. Em agosto de 2010, quando a umidade do ar caiu a 12%, Kassab falou em "adotar medidas que não são agradáveis”, como a expansão do rodízio. Um mês antes, ele já havia anunciado a restrição a caminhões nas Marginais do Pinheiros e do Tietê, além de restringir ruas no Morumbi. Logo no início da gestão, em 2008, com índices de trânsito batendo recorde, Kassab disse que estudava a possibilidade de aumentar em duas horas a restrição no centro expandido. 

sexta-feira, 17 de maio de 2013

São Paulo quer repovoar o centro com Plano Diretor, mas famílias ainda resistem


17/05/2013 - iG – Último Segundo

O centro de São Paulo foi feito para trabalhar. É assim que boa parte das famílias de baixa renda enxerga a zona central da cidade, um dos principais temas em discussão do novo Plano Diretor Estratégico (PDE) , em revisão este ano. Embora a prefeitura planeje atrair para lá 20 mil pessoas com a promessa de trocarem os subúrbios por um bairro rico em serviços e transporte público, o local vem sendo povoado, principalmente, por solteiros e estudantes.

Região mais populosa da capital, com quase 4 milhões de pessoas, a zona leste poderia ceder ao centro algumas de suas famílias que, embora pressionadas pelo boom imobiliário de bairros como Carrão e Tatuapé, preferem se mudar para a regiões mais periféricas, como o extremo leste da cidade.

"Já não se vê muita gente da classe C morando no Tatuapé. Essas pessoas foram indo mais para as franjas da cidade”, avalia Fábio Araújo Pereira, membro do Conselho Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Penha. "Aconteceu comigo também. Acabei me mudando de lá.”

A corretora de imóveis Roseli Lara Bastos diz que o Tatuapé "virou um lugar nobre”: "Um apartamento de dois dormitórios custa no mínimo R$ 450 mil, mas há unidades (de alto padrão) de até R$ 7 milhões”

Para a urbanista do Movimento Defenda São Paulo Lucila Lacreta, a escassez de terreno nas zonas oeste e sul obrigou o mercado imobiliário a buscar novas oportunidades, e a zona leste é a área possível. "Essas zonas de alto padrão expulsam os pobres, empurrados ainda mais para a periferia. Eles nem sonham com o centro”.

"A procura por aluguel na zona central é feita por estudantes, executivos. Morador solteiro. A cada dez procuras, só três são famílias”, contabiliza Alfredo de Freitas Gonçalves, corredor imobiliário no centro há 23 anos. "Um apartamento usado com dois dormitórios custa, em média, R$ 300 mil.”

A urbanista acredita que essa aversão familiar à região da avenida Ipiranga é natural. "É mais fácil se sentir protegido em um bairro horizontal do que em uma área cheia de prédios degradados. É um lugar impessoal”, acredita.

A corretora Roseli diz que os moradores deixam o Tatuapé com pesar. "Primeiro porque se tornou um lugar bonito, tem de tudo: lazer, cinema, teatro. Mas eles se vão para a Penha, Carrão, Vila Matilde, onde é possível encontrar um bom apartamento de dois dormitórios por menos de R$ 300 mil.”

Moradora há 12 anos do Tatuapé, a vendedora de cachorro-quente Cícera Helena, 42 anos, nem cogita a possibilidade de morar no centro. "Não conheço ninguém aqui que pense nisso. Eu retornei para o Nordeste por um tempo e, quando voltei para o Tatuapé, me surpreendi. Demorei três meses para encontrar uma casa. Aluguei dois cômodos por R$ 820. Quando morei aqui pela primeira vez eu pagava R$ 300”, conta ela. "Eu me mato de trabalhar, mas daqui eu não saio”, diverte-se.

"O mercado imobiliário busca a periferia, mas quanto maior a mistura de pessoas e classes, melhor a convivência”, avalia Pereira. "O ideal é ter gente de baixa renda vivendo perto dos Jardins para usufruir a infraestrutura local.”

20 mil no centro

No final de fevereiro, o prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) assinam um protocolo de intenções para atrair 20 mil famílias para o centro com a ajuda da iniciativa privada.

Famílias da periferia não enxergam no centro um bom lugar para viver - Wanderley Preite Sobrinho/iG
Na parceria, o Estado entrará com R$ 1,3 bilhão, a prefeitura com R$ 400 milhões, enquanto o governo Federal deve participar por meio do programa Minha Casa Minha Vida.

A promessa é criar edifícios de moradia popular em imóveis sem uso. Os compradores pagariam uma prestação menor do que a média no centro - parcela mínima de R$ 125 e máxima de R$ 680.

Para Lucila, é preciso incluir os atuais moradores nesse replanejamento. "Não adianta entregar para a iniciativa privada. O Nova Luz foi um fracasso por causa disso.” Ela defende o modelo europeu, que revitalizou seus centros históricos abrindo crédito para que os moradores restaurassem as edificações.

Para deixar a região mais agradável, ela recomenda a construção de parques nos bairros vizinhos, já que o centro tem um dos menores índices de área verde por habitante: 6,18 metros quadrados por morador, contra os 2.655 metros de Parelheiros, na zona sul, segundo a Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente.

"Não há espaço para áreas verdes no centro, mas pode-se incentivar a construção de parques nos bairros próximos, como Lapa, Brás e Vila Carioca, áreas industriais abandonadas que podem atrair essas pessoas que moram em lugares mais áridos. Os parques da Aclimação e Ibirapuera não recebem apenas moradores do bairro", conclui.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Morador precisará de cartão em Santo Amaro


14/05/2013 - O Estado de SP

Os moradores da primeira zona livre de carros da capital, no Largo 13 de Maio, em Santo Amaro, na zona sul, deverão pedir um cartão à Secretaria Municipal dos Transportes para circular nos horários de restrição a veículos particulares, em vigor desde o fim de março no local. Ali, não podem rodar carros e motos entre 5h e 10h e das 16h às 20h. A intenção é ampliar a velocidade dos ônibus. O desrespeito pode causar multa de R$ 85,13 e cinco pontos na carteira.

Em portaria publicada no sábado no Diário Oficial da Cidade, a pasta regulamentou um cartão de autorização especial para que os residentes da área tenham acesso a seus imóveis durante o período de proibição. A CET, no entanto, alerta: o cartão só permite o acesso ao estacionamento, "não configurando uma permissão para se circular livremente pela área restrita, em qualquer horário". O documento amarelo deve ser colado no para-brisa.

O cadastro é feito na Subprefeitura de Santo Amaro (Praça Floriano Peixoto, 54). É preciso levar cópia de documentos.

terça-feira, 7 de maio de 2013

CET testa proteção a motos na Rebouças

06/05/2013 - Folha de SP

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) começa a testar hoje nova sinalização que delimita área exclusiva de espera para motos e bicicletas na avenida Rebouças.

O bolsão, de sete metros de comprimento, será implantado em caráter piloto, no sentido centro, no cruzamento com a rua Estados Unidos, nos Jardins, zona oeste da capital.

O objetivo do teste, segundo a CET, é aumentar a segurança de motociclistas e ciclistas.

O mesmo já foi feito no viaduto do Chá. A sinalização fica entre a faixa de pedestres e os carros parados no semáforo.