quinta-feira, 30 de julho de 2015

Paulista será fechada dia 23 para inauguração de trecho de ciclovia

30/07/2015 - O Estado de SP

SÃO PAULO - A Prefeitura estuda fechar a Avenida Paulista para veículos pela segunda vez no ano. A data prevista pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) é o dia 23 de agosto, quando 800 metros de ciclovia serão inaugurados na Avenida Bernardino de Campos. A faixa é uma extensão da pista entregue ao público no dia 28 de junho, quando a Paulista foi fechada para carros pela primeira vez.

Nesta quarta-feira, 29, o prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou que o novo fechamento da Paulista será discutido com entidades da região, mas ele já avalia a medida como sendo viável para definir um agenda definitiva de fechamento da via aos domingos. "Seria bom que houvesse mais um teste antes de uma decisão final, até para dar tempo de conversar com os atores da região que dependem do acesso (à avenida) aos domingos, como clubes e hospitais", diz Haddad.

O trecho em obras, na região da Estação Paraíso do Metrô, já está sendo usado por alguns ciclistas. Apesar das faixas vermelhas, ainda é preciso instalar os gradis, a rede semafórica para bikes e finalizar os recuos para pedestres semelhantes aos que existem na ciclovia da Paulista.

Quando pronta, a ciclovia da Paulista, que compreende também os 800 metros da Avenida Bernardino de Campos, terá um total de 4 quilômetros de extensão. A faixa será interligada com as pistas para bicicleta da Rua Vergueiro, da Avenida Liberdade e da Rua Domingos de Morais, na Vila Mariana.

Para os ciclistas que circulam pela região, o novo trecho servirá como uma espécie de baldeação da rede cicloviária de São Paulo, já que possibilita interligação com as outras vias que têm ciclovias. "Quanto mais interligações com outros lugares que já têm as faixas, melhor. A cidade fica mais acessível e segura para nós", diz a publicitária Karla Costa, de 36 anos. Ela mora na região da Vila Mariana e trabalha nos Jardins.

Com o novo trecho, Karla não precisará mais pedalar entre os carros. As pedaladas entre a casa e o trabalho levam cerca de 30 minutos. "De carro, pela manhã, eu chegava a ficar 40 minutos no trânsito", afirma.

A partir do ponto que será inaugurado no dia 23 de agosto, os ciclistas poderão descer a Rua Vergueiro, entrar na Avenida Liberdade e chegar à Praça da Sé, na região central, apenas por faixas segregadas. Ou, então, poderão seguir reto, pegar a Avenida Paulista e chegar ao Pacaembu, na zona oeste.

Corredor. Para o cicloativista Daniel Guth, diretor da Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), a entrega dos 800 metros vai concluir uma espécie de "corredor" para bikes. "(A ciclovia da Bernardino de Campos) segue o mesmo percurso da Avenida Paulista, com o mesmo desenho. Os ciclistas poderão sair da região (do Metrô) Conceição e ir para a o centro", afirma o cicloativista.

Para Guth, o fechamento da avenida para carros no dia 28 de junho, que possibilitou a ocupação de pedestres e bikers, "acabou com as discussões" sobre a interdição definitiva da via. "Já se mostrou que não há problemas para os hospitais. E se uma ambulância precisar passar entre pedestres e ciclistas, ela vai trafegar com mais facilidade do que no horário de pico", diz. Guth e outros cicloativistas esperam que a política oficial de fechamento da Paulista seja definida ainda em 2015.

Debate. O presidente da Associação Paulista Viva, Antonio Carlos Franchini, disse que a entidade e os associados ainda não foram procurados para discutir o fechamento em 23 de agosto. Para ele, no entanto, o bloqueio para carros da via é viável. "É importante conversar com todos os envolvidos para que eventuais transtornos sejam evitados", afirmou.

Segundo Franchini, quando houve o primeiro fechamento da Paulista para a inauguração da ciclovia, o Club Homs teve de cancelar atividades e estacionamentos da região, que, segundo o presidente, não tinham sido avisados, fecharam no dia.

Sob o Minhocão. No próximo dia 9, a Prefeitura vai inaugurar a ciclovia sob o Minhocão, entre as Avenidas São João e Amaral Gurgel, na região central de São Paulo.

Apesar de ainda passar por intervenções e ajustes, a pista de 3,5 quilômetros já é usada por ciclistas. No futuro, ela será interligada com a ciclovia da Rua da Consolação, ainda sem data para começar a ser construída.

Para fazer as faixas vermelhas no canteiro central das avenidas sob o Minhocão, a administração municipal retirou 78 moradores de rua que viviam na área. Eles foram transferidos para abrigos, albergues e outros programas sociais desenvolvidos pela Prefeitura.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Nova ligação entre Baixada Santista e Capital será definida ainda este ano

15/07/2015 - G1 Baixada

A necessidade da construção de uma nova rodovia entre São Paulo e a Baixada Santista voltou à pauta regional após a inclusão do aeroporto de Itanhaém, no litoral de São Paulo, no pacote de investimentos logísticos do Governo Federal. Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), órgão ligado ao governo estadual, o estudo de viabilidade deve ser concluído até o fim deste ano.

A autorização para uma nova estrada passando pela Serra do Mar existe há 18 anos, quando o então governador Mário Covas liberou a abertura de processo licitatório para a "construção e exploração da Rodovia Parelheiros-Itanhaém". A Lei 9.851, de 24 de novembro, foi publicada no Diário Oficial do Estado do ano de 1997.

Desde então, moradores e prefeitos do Litoral Sul cobram um novo acesso à capital paulista, medida que beneficiaria ainda os moradores do Vale do Ribeira.

O aeroporto de Itanhaém recebeu, recentemente, autorização para ser repassado à iniciativa privada, com a possibilidade de operar, futuramente, com voos comerciais. Com isso, os gestores da cidade passaram a se preocupar com a saturação do volume de veículos na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP-55), que vai de Miracatu, no Vale do Ribeira, até São Vicente. A estrada tem registrado, nos últimos anos, grandes congestionamentos aos fins de semana e na temporada de verão.

Temporada de verão

Segundo a concessionária Ecovias, que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) e parte da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, 4.238.134 veículos desceram a serra em direção ao litoral entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015. O número é 1,5 milhão maior que o registrado entre as temporadas 2010/2011.

"Temos que nos antecipar ao problema que, na verdade, já começou. A preocupação é também com a exploração do pré-sal, além dos constantes recordes de movimentação que o Porto de Santos tem alcançado, deixando muitas vezes a Anchieta parada. Precisamos de um crescimento regionalizado, pois nossas estradas estão saturadas e quem segue para o Litoral Sul tem encontrado problemas com frequência. Na temporada, por exemplo, nem o lixo nós conseguimos mandar embora, por conta do trânsito", argumenta o secretário de Desenvolvimento Econômico de Itanhaém, Eliseu Braga Chagas.

O secretário destaca ainda que Itanhaém está localizada estrategicamente na região, tanto para o motorista que vai para o Vale do Ribeira e Paraná, pela Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), quanto para quem se dirige a Santos ou São Paulo, pela Padre Manoel da Nóbrega, utilizando o SAI.

"A única alternativa para desafogarmos o atual sistema é a ligação Rodoanel-Itanhaém, na altura de Parelheiros. Essa conexão chegaria até o trecho Sul do Rodoanel e teria cerca de 15 km de extensão. Aquele projeto inicial está descartado, porque causaria muitos transtornos ao bairro. Então, a opção mais provável é a ligação direta com o Rodoanel", aponta Chagas. A Imigrantes possui 70 km de extensão entre a região de planalto e a Baixada Santista.

Em Brasília

A construção da via ganhou força também em Brasília. O deputado federal Samuel Moreira, que também já ocupou o cargo de deputado estadual e prefeito de Registro, por duas vezes, afirma que está trabalhando para melhorar a infraestrutura e mobilidade entre as cidades da Baixada Santista e Vale do Ribeira.

"Além da duplicação da Padre Manoel da Nóbrega, no trecho entre Peruíbe e o acesso à BR-116, em Miracatu, continuamos trabalhando para viabilizar a construção da estrada entre Parelheiros e Itanhaém, e pela reativação do ramal ferroviário Santos-Cajati, que liga o Vale do Ribeira ao Porto de Santos", destaca.

Em estudo

Em nota, o DER afirma que a ligação entre Parelheiros e Itanhém é uma das opções estudadas pela Secretaria de Logística e Transportes para um novo acesso ao litoral paulista. "Até o fim deste ano, o estudo de viabilidade deverá ser concluído", destaca o órgão estadual.

Em janeiro de 2012, a empresa Contern Construções e Comércio Ltda manifestou interesse em executar a construção, manutenção e operação da rodovia que ligará o Rodoanel Mario Covas Junior, na cidade de São Paulo, a Itanhaém. Segundo a empresa, o projeto foi apresentado, mas a aprovação e viabilidade da obra estão sendo analisadas pelo Governo do Estado.

Proposta

Estudo prevê ligação direta entre a cidade de Itanhaém, no litoral de São Paulo, e o trecho Sul do Rodoanel Mário Covas, próximo à região de Parelheiros (ponto A). Estrada teria 15 km de extensão. Estudo de viabilidade deve ser concluído pelo governo do Estado até dezembro deste ano.